A programação do 10º Encontro das Mulheres Trabalhadoras da Nova Central Sindical de Trabalhadores de Santa Catarina (NCST-SC) seguiu nesta sexta-feira, 4 de abril, com a palestra “Neurocomunicação: gerando conexões com o cérebro humano”, conduzida pela especialista Cristiane da Luz Oliveira.
Com uma abordagem dinâmica e envolvente, Cristiane propôs uma reflexão direta às participantes: quantas ideias permanecem guardadas, quantos projetos são deixados de lado por medo, insegurança ou por se sentir insuficiente? “Hoje quero colocar o seu cérebro no viva-voz”, provocou a palestrante, ao destacar o quanto as mulheres tendem a se calar diante das próprias potências.
Durante sua fala, Cristiane abordou o conceito de neuroplasticidade — a capacidade que o cérebro tem de se moldar e se adaptar — e destacou a importância do ambiente e das relações interpessoais na construção da mentalidade. “Você é a média das cinco pessoas com quem mais convive. Com quem você tem andado? Tem feito você crescer?”, questionou.
A especialista enfatizou que habilidade e mentalidade precisam caminhar juntas. “Você é boa no que faz? É. Mas você acredita nisso?”, perguntou às participantes, convidando-as a refletirem sobre autoconfiança, síndrome da impostora e o impacto das crenças limitantes.
Cristiane reforçou que tudo em uma pessoa comunica. Desde o olhar até a forma como se senta ou gesticula. “O seu corpo é fofoqueiro. Ele entrega o que você está sentindo o tempo todo”, disse. Segundo ela, 55% da nossa comunicação é não verbal, 38% é tom de voz e apenas 7% corresponde às palavras utilizadas.
Apesar disso, muitas pessoas ainda enfrentam dificuldades para se comunicar de forma assertiva. Para Cristiane, isso pode ser reflexo do ego — que nos faz acreditar que já sabemos o suficiente — ou das crenças construídas ao longo da vida, que geram bloqueios e inseguranças. “Falar bastante não quer dizer que você comunica bem. Falar não é o mesmo que se comunicar”, afirmou.
A palestrante também compartilhou orientações práticas para melhorar a comunicação em diferentes contextos, como reuniões, vídeos, ligações e interações nas redes sociais. A imagem que se transmite ao mundo, segundo ela, deve ser pensada com consciência e intenção. “Que imagem você quer passar ao postar uma foto ou um vídeo seu? Tudo comunica”.
Durante o encontro, as participantes foram convidadas a colocar em prática o que aprenderam, gravando vídeos e compartilhando conteúdos nas redes sociais. O exercício foi uma oportunidade de romper barreiras pessoais e reconhecer o valor da própria voz. “Apoiar umas às outras é essencial. A gente cresce em rede, em conexão”, destacou Cristiane.
A palestra encerrou com um convite à construção diária de uma comunicação mais segura e autêntica. “Consciência e consistência constroem tudo. Como você quer estar com a sua comunicação daqui a cinco ou dez anos? Essa transformação começa hoje. Todo dia, podemos nos melhorar um pouquinho mais”.