O 10º Encontro das Mulheres Trabalhadoras da NCST-SC teve um início marcado pelo debate sobre comunicação e protagonismo feminino nos espaços de decisão. Logo após a solenidade de abertura, as participantes acompanharam duas palestras que reforçaram a importância de dominar as ferramentas de comunicação para fortalecer a luta sindical e política.
A primeira palestra, “O papel da comunicação e das redes sociais na política”, foi conduzida pela vereadora de Criciúma, Giovana Vito Mondardo, que destacou a influência das redes sociais na mobilização social e na formação da opinião pública. “Quem não está na rede, não está no mundo”, afirmou, lembrando que a digitalização da sociedade transformou a política e a forma como os eleitores interagem com os representantes.
Giovana ressaltou que o Brasil está entre os três países que mais utilizam redes sociais no mundo, e essa realidade impacta profundamente a comunicação política. A vereadora citou sua própria experiência na transição do modelo tradicional para o digital e explicou como as redes foram decisivas em sua campanha eleitoral. “Em 2020, me candidatei a vereadora e utilizei as redes sociais para me comunicar com as pessoas. Foi um trabalho de formação de grupos, debates online e provocações que trouxeram a discussão política para mais perto das pessoas”, destacou.
Ela também alertou sobre os desafios que as plataformas digitais impõem, como a falta de regulamentação dos algoritmos e a disseminação de conteúdo nocivo, em especial para mulheres e jovens. “Precisamos discutir a regulação das big techs para garantir um ambiente digital mais transparente e seguro para todos”, afirmou.
Em seguida, o painel “O poder da voz feminina” reuniu lideranças para um debate mediado pela vereadora de Brusque, Elisabete Maria Barni Eccel. Participaram como debatedoras Kátia Regina Cardoso, vice-presidente da Fetramesc; Jaciara Machuga, comunicadora popular; e Marli Leandro, presidente do Sintrivest Brusque. Cada uma compartilhou sua trajetória de luta e ressaltou a importância da participação ativa das mulheres nos espaços de decisão.
Bete Eccel destacou a necessidade de ocupar os espaços políticos e enfrentar as barreiras da comunicação. “Cada uma de nós tem uma voz e um papel a desempenhar. O poder da voz feminina está em nossa capacidade de organização, de mobilização”, afirmou.
Kátia Cardoso contou sua trajetória no movimento sindical e político e enfatizou que mulheres não devem ser apenas cotas eleitorais. “Mulher tem que querer estar na política. Só assim mudamos a sociedade e levamos adiante nossas pautas”, disse.
Jaciara Machuga compartilhou sua experiência como comunicadora popular, destacando o papel da comunicação como ferramenta de luta. “A comunicação popular está com cada uma de nós. Seja pelo gesto, pela voz ou pelas redes sociais, precisamos usá-la para transformar a realidade”, afirmou.
Marli Leandro finalizou o painel ressaltando que a história das mulheres é marcada por lutas e que a voz feminina tem um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa. “Nada nos foi dado de graça. Se hoje estamos aqui debatendo, é porque outras mulheres lutaram antes de nós. Cabe a nós continuar essa luta e ampliar nossa presença nos espaços de decisão”, afirmou.
O primeiro dia do evento reafirmou o compromisso das mulheres trabalhadoras com a comunicação estratégica, a liderança sindical e a participação ativa na política. O Encontro segue nesta sexta-feira com mais debates e reflexões sobre o papel das mulheres no movimento sindical e na sociedade.