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CSPB e Fetramesc repudiam ameaça à sindicalista que denunciou trabalho análogo à escravidão

Entidades compreendem como missão maior do sindicalismo o enfrentamento a todo tipo de exploração do trabalho, sobretudo quando abusos evidentes são revelados e reprovam a deliberada violência contra a liberdade sindical e de imprensa em Santa Catarina

A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB e a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado de Santa Catarina – Fetramesc emitiram nota de repúdio às ameaças de morte direcionadas à líder sindical Jane Becker, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej), que denunciou, na última semana, as precárias condições laborais em uma empresa terceirizada contratada pela Prefeitura de Joinville, onde trabalhadores tinham que comer no chão de um canil. Além disso, reprovam a deliberada violência contra a liberdade sindical e de imprensa em Santa Catarina, diante da demissão do jornalista que deu visibilidade ao caso.

Confira a nota na íntegra:

A Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB e a Federação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Estado de Santa Catarina – Fetramesc , repudiam veementemente as ameaças de morte direcionadas à líder sindical Jane Becker, presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Joinville (Sinsej).

Jane, cumprindo honrosamente sua responsabilidade enquanto liderança sindical do município catarinense, denunciou as precárias condições laborais em uma empresa terceirizada contratada pela Prefeitura, onde trabalhadores tinham que comer no chão de um canil. O prefeito de Joinville é Adriano Silva, do Partido Novo.

O caso denunciado ocorreu no Centro de Bem-Estar Animal de Joinville (CBEA), com a empresa terceirizada Celso Kudla Empreiteiro Eireli, contratada para fazer obras no local. Os trabalhadores recebem “quentinhas” e são obrigados a almoçar no chão do canil. Eles se espalham procurando latas e locais no chão para sentar e se alimentar. Outros se abrigam embaixo de um telhado improvisado ao lado da caçamba de lixo para poderem almoçar na sombra. Os trabalhadores, cerca de 30, confirmaram que são transportados no baú de caminhões todos os dias, tanto na ida quanto na volta para casa. Outros contaram que chegam ao CBEA de carona em um carro com oito pessoas. Alguns funcionários relataram que o transporte e a alimentação são descontados de seus vencimentos.

A presidente do Sinsej contatou a imprensa local para dar mais repercussão aos abusos ocorridos. A matéria com as denúncias foram divulgadas em um grande jornal local. No entanto, estranhamente, o jornalista que deu visibilidade ao conteúdo, Leandro Shmitz, foi demitido pouco tempo após o compartilhamento da reportagem no veículo em que trabalhava.

CSPB e Fetramesc reprovam a deliberada violência contra a liberdade sindical e de imprensa em Santa Catarina e se solidarizam com a sindicalista ameaçada e o jornalista demitido. Ambos cumpriram com zelo, competência e responsabilidade suas respectivas atribuições e merecem todo o apoio e reconhecimento público.

As entidades sindicais (CSPB e Fetramersc) se colocam à disposição afim de colaborar para um desfecho justo diante das evidentes injustiças que ainda seguem, por enquanto, sem punição. Compreendemos como graves os ataques à liberdade sindical e de imprensa – pilares de uma democracia sadia – e apoiamos uma eficaz interrupção da impunidade para os crimes

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